Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Foi este poema que eu seleccionei para analisar na minha exposição oral de Português no 3º Período, e fi-lo por considerar que este poema possui uma profundidade invulgar e acima de qualquer análise ou interpretação banal. Este poema representa o percurso de vida do Homem, o qual não importa o destino, apenas importa partir, ir à aventura. A vida do homem é feita de esperança, de ilusão e de uma busca e procura que visam concretizar essa esperança e essa ilusão. A tendência para desanimar com o não surgimento de resultados é também salientada neste poema, que também aqui transmite um sinal de esperança.
Em suma, este é um poema com um tom bastante profundo, fala do percurso de vida do Homem e tem influencia de varias areas, retira um pouco da lírica camoniana, através do retrato de uma viagem, e bebe igualmente da literatura contemporanea, nomeadamente ao nível da estrutura do poema.
1 comentário:
Ideias pertinentes sobre o poema, contudo, reveja o sentido de algumas frases colocadas na reflexão e os acentos de algumas palavras.
A Professora Filipa
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